Ilhéus deve ficar de fora do calendário de festejos juninos do estado

Em primeira mão.

Terminou na última sexta-feira o prazo estabelecido pelo governo para que os municípios baianos apresentassem projetos para organização dos festejos de São João no interior. Ilhéus apresentou. Mas, fontes ouvidas pelo Jornal Bahia Online, garantem que dificilmente a festa acontecerá no município.

O motivo é administrativo.

Para liberar recursos para os festejos juninos, a Secretaria Estadual de Turismo e a Bahiatursa lançaram um edital para formalização de convênios, que variam de 30 a 120 mil reais por cidade, e, pelo modelo adotado, os repassem só poderão ocorrer do Estado diretamente para as contas dos municípios beneficiados. Como Ilhéus está inadimplente não há condições contábeis de viabilizar a transferência, fato que, por consequência, inviabiliza o envio de recursos oficiais para festa.

Para a realização do Aleluia Ilhéus, explica a fonte, foi possível usar uma "alternativa" para viabilizar repasses públicos. Com a Prefeitura devedora, o governo da Bahia vai repassar (ainda não repassou) recursos para a Associação de Turismo de Ilhéus (Atil), que organizou a festa e teve a Prefeitura na condição de coadjuvante, liberando apenas o espaço público para que a entidade montasse o circuito festivo.

Outro aspecto apurado pela reportagem do JBO é que os recursos para os festejos para os municípios adimplentes não serão liberados em forma de verba. Mas de ajuda material. Os municípios receberão palanques, sistemas de iluminação e sonorização, condições antagônicas ao projeto elaborado pela Secretaria Municipal de Turismo de Ilhéus que, ao invés de grandes shows e atrações musicais no palco, optou por um modelo onde as quadrilhas juninas e espetáculos teatrais teriam participação ativa na lista da programação oficial.

Procurado pela equipe do JBO, o secretário Alcides Kruschewsky confirmou a entrega do projeto. Disse que a intenção é fazer uma festa em parceria com o Teatro Popular de Ilhéus. E também confirmou que "procede" o modelo administrativo explicitado nesta matéria pelo JBO. Mas que aguarda por mudanças, já que a grande maioria das Prefeituras baianas vive o mesmo dilema de Ilhéus: as dívidas.